Quinta-feira, dia de falar de amor (nesse blog), então por que não começar com um assunto polêmico? Sim, é isso mesmo que você leu: relacionamentos saudáveis são insuportáveis, e eu vou te provar!
Então bora senta, pega um chá, um café, um docinho, coloca sua música preferida, pode ser aquela bem sofrida, tipo um Taylor Swift pós-término ou um sertanejo de corno, porque esse artigo vai ser um pouquinho grande mais vai entregar, eu prometo.
Sabe aquele casal que resolve tudo na conversa, que nunca discute, que, mesmo se terminarem, continuariam sendo amigos (por sinal, amizade pós-término não funciona. Ou nunca teve amor ou ainda tem)? Então, esse tipo de casal é meu maior medo em um relacionamento.
Calma, antes que vocês me cancelem por romantizar relacionamentos tóxicos, espera, deixa eu explicar: eu sei que ninguém quer e nem merece viver em um relacionamento tóxico, mas um relacionamento às mil maravilhas me parece… chato. Se relacionamentos 100% tranquilos fossem tão emocionantes, ninguém shippava Chuck e Blair em Gossip Girl. Se não tem aquele friozinho na barriga, aquela emoção, aquela briga besta que termina num “vem cá”, aquele sentimento de intensidade que facilmente teria um prefixo de caralho… Será que é amor mesmo o que você está sentindo ou conforto?
Relacionamentos sem nenhuma emoção me lembram aqueles casais de filme da Disney, sabe? Sempre bonitinhos e certinhos, sem altos nem baixos. Agora, coloca um pouco de drama, tipo Edward e Bella em Crepúsculo – se amando, se separando, se apaixonando de novo… o drama que todo mundo adora assistir!
Se não acredita em mim ainda, eu vou mostrar o lado científico disso (com referências pop, é óbvio).
Teoria do apego
A Teoria do Apego, criada pelo psicólogo John Bowlby e aprofundada por Mary Ainsworth, explica como nossa infância molda a forma como nos relacionamos no futuro. E olha que isso nem é coisa da minha cabeça tá, tem até piscicogos explicando por que a gente precisa ter um leve caus no amor. Existem três principais tipos de apego:
Apego Seguro – Pessoas que confiam no amor e não precisam de turbulência para se sentirem conectadas.
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Apego Ansioso – Precisam de validação constante e podem buscar conflitos como forma de garantir que o parceiro ainda se importa.
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Apego Evitativo – Fogem da intimidade e se afastam quando sentem que o relacionamento está ficando muito intenso.
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Se você sente que relacionamentos calmos demais te incomodam, pode ser que seu apego seja ansioso – e, sem perceber, você busca sinais de instabilidade para sentir que o amor ainda está lá.
Agora, quem tem apego seguro? Sei lá. Nunca conheci alguém assim.
Exemplos pra vocês entenderem melhor:
Apego Seguro: Lily e Marshall (How I Met Your Mother) – casados, fofos, sem grandes dramas.
Apego Ansioso: Ross e Rachel (Friends) – um sempre duvidando do amor do outro, criando situações caóticas.
Apego Evitativo: Damon e Elena (The Vampire Diaries) – ele sempre fugindo do relacionamento real, ela tentando puxá-lo de volta. E se você viu Bridgerton, então já sabe que Simon e Daphne são a definição de apego evitativo. Ele fugindo do amor a todo custo, e ela tentando forçá-lo a admitir os sentimentos.
E aí qual tipo de apego você mais se endentifica? Eu particularmente sou mais demon e Helena mais também Roos e Rachel, e você? Deixe nós comentários!
“O efeito Montanha russa emocional”
Já sentiu que depois de uma briga feia a sua relação ficou mais forte? Pois é isso é comprovado
O estudo de Dutton e Aron (1974) mostrou que pessoas que passam por situações de adrenalina juntas acabam confundindo essa excitação com atração romântica. É por isso que casais que enfrentam desafios (ou criam seus próprios mini-dramas) acabam se sentindo mais conectados.
A mistura de adrenalina, medo de perder e desejo cria um coquetel químico viciante no cérebro. Então, quando você briga e depois faz as pazes, a sensação de alívio e paixão é intensa. Isso explica por que certos casais vivem entre tapas e beijos e, mesmo sabendo que não funciona, não conseguem se separar.
A psicóloga do amor, apaixonado VS. Amor companheiro
O psicólogo Robert Sternberg desenvolveu a Teoria Triangular do Amor, que divide o amor em três componentes:
Paixão – A química, o desejo e a intensidade emocional.
Intimidade – A conexão profunda e a cumplicidade.
Compromisso – A decisão consciente de continuar no relacionamento.
O problema é que, nos relacionamentos saudáveis, a paixão geralmente diminui com o tempo, enquanto a intimidade e o compromisso crescem. Isso pode ser ótimo para quem quer segurança, mas para quem gosta de intensidade, pode parecer monótono.
Ou seja, aquele casal que nunca briga e sempre se entende? Eles estão vivendo um amor companheiro. Mas o amor apaixonado – aquele que nos faz sentir vivos – precisa de um pouco de caos para existir.
Fetiche por Red flags lovers
Se relacionamentos tranquilos fossem tão emocionantes, os casais favoritos da cultura pop não seriam tão cheios de altos e baixos. Quer prova?
Romeu e Julieta (Shakespeare) – O romance mais famoso de todos os tempos é, na real, uma história de caos e impulsividade.
Chuck e Blair (Gossip Girl) – Eles viviam num ciclo de brigas e reconciliações, e era isso que tornava tudo tão viciante.
Damon e Elena (The Vampire Diaries) – O amor deles só funcionava porque sempre havia tensão e desafio.
Ross e Rachel (Friends) – O famoso "estamos dando um tempo" é um dos momentos mais icônicos da série porque trouxe DR, confusão e emoção.
Ou seja, a própria mídia nos ensinou que amor de verdade precisa vir com um pouco de sofrimento. E, cá entre nós, quem nunca sonhou com uma reconciliação dramática na chuva?
Conclusão: Relacionamentos Saudáveis São Insuportáveis?
Bom, depende. Se você quer um amor tranquilo, sem dramas, sem insegurança e sem montanha-russa emocional, parabéns, você é uma pessoa evoluída. Mas para muitos de nós pessoas intensas. um pouquinho de caos faz parte da graça.
A questão não é que relacionamentos saudáveis sejam ruins – eles são necessários para nossa paz mental. Mas será que são inesquecíveis?
Talvez um meio-termo seja o ideal: um relacionamento que seja seguro, mas que tenha aquela faísca de imprevisibilidade para nos lembrar por que nos apaixonamos em primeiro lugar.
Foi isso amigas espero que tenha sido útil, amo vcs
achei seu texto muitíssimo interessante. mas, para mim, NADA substitui a estabilidade de um relacionamento saudável e tranquilo. paixão e intensidade é algo bom sim, talvez realmente com o tempo isso não seja algo predominante, mas não quer dizer que desapareça por completo. se for com a pessoa certa, um relacionamento saudável NÃO é entediante, muito pelo contrário. É mais do que possível viver momentos inesquecíveis sem estar engatilhado o tempo todo. As tais borboletas no estômago são nada mais do que seu corpo reagindo à ansiedade da situação vivida.
Depois de passar por um abuso que quase me matou, ler esse texto me trouxe uma dorzinha no peito de lembrança das ideias que eu tinha sobre amor naquela época, eu pensava exatamente assim. É duro fazer essa reflexão hoje.
Acho que aprendemos com as vivências. Hoje, eu vivo um relacionamento extremamente saudável e finalmente posso dizer que tenho paz, no sentido afetivo da vida, ao mesmo tempo que minha vida com ele é extremamente emocionante porque a gente vibra junto.
Acho extremamente extremamente perigoso relativizar relacionamentos tóxicos por serem emocionantes. O que você vê na TV (totalmente romantizado) você não iria gostar ou aguentar a viver na vida real, vai por mim. Eu namorei um Chuck e quase perdi a vida por isso.
Levando em consideração a comunidade de pessoas (em especial, meninas) mais jovens que essa plataforma tem, acho bem complexo levantar essa bandeira.